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Zonas Vitivinícolas


O Alentejo é uma região produtora de vinhos de qualidade estando regulamentada a “Denominação de Origem Controlada” Alentejo, a qual inclui oito sub-regiões, a saber:

Borba
Évora
Granja-Amareleja
Moura
Portalegre
Reguengos de Monsaraz
Redondo
Vidigueira

Cada uma destas sub-regiões tem que respeitar um conjunto de requisitos específicos de produção, entre os quais se incluem os tipos de solos de implantação das vinhas e as castas constituintes do escepamento destas.

As vinhas que não respeitem estes requisitos e que estejam instaladas nos distritos de Portalegre, Évora e Beja, podem produzir um vinho de mesa com indicação geográfica “ Vinho Regional Alentejano”.

Em qualquer dos casos os vinhos estão sujeitos a um elevado controlo de qualidade, que começa desde logo nos produtores e culmina na Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA) enquanto entidade reguladora e certificadora da atividade, sendo efetuadas avaliações analíticas e organolépticas aos vinhos produzidos, esta última por uma Câmara de Provadores.

Legislação base – Decreto-lei n.º 265/98 de 19 de Agosto

Exigências Gerais

Rendimento Máximo
Vinho Tinto – 55 (hl/ha)
Vinho Branco – 60 (hl/ha)

Titulo alcoométrico
Vinho Tinto – 11,5 (% Vol.)
Vinho Branco – 11,0 (% Vol.)

Vinho Regional Alentejano

Área Geográfica
Abrange os Distritos de Portalegre, Évora e Beja

Legislação base
Portaria n.º 623/98 de 28 de Agosto e Portaria n.º 394/2001 de 16 de Abril.

Titulo alcoométrico volúmico mínimo
11,0 % (Tintos, brancos e rosados)

Borba

Borba é a segunda maior sub-região do Alentejo, espraiando-se ao longo do eixo que une Estremoz a Terrugem, estendendo-se por Orada, Vila Viçosa, Rio de Moinhos e Alandroal, terras pontuadas por solos únicos, depósitos colossais de mármore que marcam de forma indelével e decisiva a viticultura e o carácter dos vinhos da sub-região.
As manchas alargadas de xisto vermelho, distribuídas heterogeneamente por terras pobres e austeras, constituem a tipologia alternativa marcante de Borba, naquela que é uma das sub-regiões mais dinâmicas do Alentejo.
O microclima especial de Borba assegura índices de pluviosidade levemente superiores à média, bem como níveis de insolação ligeiramente inferiores à média alentejana, proporcionando vinhos especialmente frescos e elegantes.

Évora

Num passado longínquo, durante o remate final do século XIX, Évora gozou de um prestígio inimaginável, tendo sido reconhecida como uma das sub-regiões mais vistosas e admiradas do Alentejo, berço de muitos dos vinhos mais cobiçados da região.
A filoxera, primeiro, logo seguida pelo estigma da campanha cerealífera do Estado Novo, encarregaram-se de suprimir quase por inteiro a vinha na sub-região, relegando Évora a um esquecimento forçado.
Foi preciso esperar até ao final da década de oitenta do século passado para assistir ao renascimento de Évora, capital e parte integrante do Alentejo central. A paisagem é dominada pelos solos pardos mediterrânicos, numa paisagem quente e seca que é berço de alguns dos vinhos mais prestigiados do Alentejo.

Granja – Amareleja

A Granja-Amareleja espraia-se pela zona da raia, paredes-meias com a fronteira espanhola, disposta em redor da vila de Mourão, condicionada por um dos climas mais áridos e inclementes de Portugal.
Os solos paupérrimos são forrados a barro e xisto, oferecendo produções e rendimentos baixíssimos, traídos pela recorrente falta de água, pela quase ausência de matéria orgânica e pela superficialidade da cobertura vegetal.
É uma zona de extremos que dá corpo a vinhos pejados de personalidade. Os Verões muito quentes e secos implicam maturações precoces, dando azo a vinhos quentes e suaves, de grau alcoólico elevado.
A casta Moreto, uma das variedades mais características da sub-região, adaptou-se especialmente bem à região.

Moura

O clima revela uma forte tendência continental, com amplitudes térmicas dilatadas, Invernos frios e rigorosos e Verões tórridos, secos e prolongados.
Os solos são especialmente pobres, com o barro e o calcário a alternarem na paisagem, solos pouco profundos, duros e inclementes para a vinha mas com boa capacidade de retenção de água.
A casta Castelão domina a paisagem por inteiro, bem adaptada aos rigores de um clima tão extremado.
Os vinhos de Moura apresentam um perfil quente e macio, com graduações alcoólicas consequentes.

Portalegre

Portalegre é uma sub-região muito diferenciada das restantes sete. É aquela que mais se diferencia pela originalidade e condição.
Em Portalegre tudo é distinto, desconforme com a realidade tradicional do Alentejo, dos solos às vinhas, da altitude à idade das cepas.
As vinhas, dispostas maioritariamente nos contrafortes da Serra de S. Mamede, em fragas cujos picos chegam a transpor os mil metros de altitude, beneficiam com o clima moderado pela altitude, muito mais fresco e húmido que o calor das planícies do sul, proporcionando vinhos frescos e elegantes… mas igualmente poderosos.
Os solos predominantemente graníticos surgem intercalados, nas zonas mais baixas, com pequenas manchas de xisto. Nas vinhas da serra a propriedade encontra-se muito fragmentada, dividida em inúmeras courelas semeadas por vinhas muito velhas, com idades que chegam a atingir os setenta anos.

Redondo

A Serra d´Ossa, um dos maiores acidentes orográficos do Alentejo, eleva-se a cerca de 600 metros de altitude, dominando e delimitando a sub-região do Redondo, resguardando as vinhas a Norte e Nascente, proporcionando Invernos frios e secos compensados por Verões quentes e ensolarados.
Os solos, apesar de heterogéneos, como é regra no Alentejo, privilegiam os afloramentos graníticos e xistosos dispostos em encostas suaves com predominância na exposição a Sul.
É uma das sub-regiões mais consistentes face à proteção que a Serra da Ossa oferece.

Reguengos de Monsaraz

É a maior e uma das mais prestigiadas sub-regiões do Alentejo, assente em terrenos pobres e pedregosos, repleta de afloramentos rochosos que marcam de forma dramática a paisagem de Reguengos.
Os solos xistosos e o clima profundamente continental, com Invernos muito frios e Verões extremamente quentes, condicionam a viticultura, oferecendo vinhos encorpados e poderosos, com boa capacidade de envelhecimento.
Apesar da dimensão, Reguengos é uma das sub-regiões onde a propriedade se encontra mais fragmentada, com áreas médias de vinha reduzidas para as referências tradicionais alentejanas.
Reguengos é reduto de algumas das vinhas mais velhas do Alentejo, reservas únicas de clones e variedades hoje quase perdidas.

Vidigueira

A falha da Vidigueira, um acidente natural que marca a divisão entre o Alto e o Baixo Alentejo, determina a razão de ser da Vidigueira, a sub-região mais a Sul do Alentejo.
As escarpas de orientação Este-Oeste, com cerca de 50 quilómetros de comprimento, condicionam o clima da Vidigueira, convertendo-a, apesar da localização tão a Sul, numa das sub-regiões com o clima mais temperado do Alentejo.
Os solos pouco produtivos, predominantemente de origem granítica e xistosa, escondem uma das variedades mais misteriosas do Alentejo, a Tinta Grossa que alguns apontam como heterónimo para a casta Tinta Barroca.
Apesar dos extremos e da localização tão a Sul, durante anos a Vidigueira foi palco privilegiado para os vinhos brancos do Alentejo, fruto da proteção da escarpa da Vidigueira.